segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A Jornada, pela segunda vez.

Há dois anos e meio escrevi esse post aqui que contava toda a minha trajetória para chegar a universidade. Então, o post de hoje será bem mais simples, mas se trata de mais uma das minhas jornadas em busca de algo que eu nunca soube o que era, a minha futura e indeterminada carreira profissional.

Já estava mais do que provado que arquitetura nunca foi o meu sonho, era apenas a saída que eu encontrei para entrar na faculdade. Convenhamos que era isso o que eu queria: entrar na universidade. Não interessava muito o que eu estaria cursando, desde que eu estivesse dentro, desde que eu pudesse estampar a carapuça de “universitária”.

Esse pensamento não faz mais parte do que eu sou, me descobri uma pessoa muito infeliz no curso de arquitetura,  volta e meia me vinha a cabeça a frase que uma colega disse ao abandonar o curso no 2° semestre “Arquitetura é para quem realmente ama”, eu relutava todos os dias para que pudesse não fazer dessa frase uma verdade absoluta, mas é a maior verdade que eu ouvi em todo o curso, sim, eu não amo arquitetura, tentei muito amar porque não me sentia capaz de recusar esse “presente” que a vida me deu, aguentei com todas as minhas forças, briguei com os meus sentimentos, eu tinha raiva por odiar arquitetura, tinha raiva por não conseguir amar o único curso que eu consegui uma bolsa integral, em uma das melhores universidades do país, e eu estava em um eterno conflito interno, confesso que esse conflito ainda existe, porém é bem menor hoje devido ao fato de eu estar abandonando o curso definitivamente.

Depois de tanto querer, não querer, odiar, gostar, odiar novamente e detestar mais um pouco chegou o momento que eu não esperava mais nada, eu apenas iria levar o curso da maneira que eu conseguisse, ou então tentaria alguma maneira de sair da faculdade. E cá estou eu, contando, ainda amedrontada com a mudança, que estou indo para outra universidade, para outro curso, para outra bolsa integral do qual eu não tenho certeza que será esse o curso que me fará plenamente feliz e realizada, mas tenho certeza que dentro de tudo que eu conheço de mim, de tudo que eu gosto, esse curso se encaixará nas minhas habilidades, nos meus talentos, e quem sabe assim então eu me descubra uma pessoa feliz com as escolhas que tomei para minha vida. E entre todas as incertezas que vão surgir, a única coisa que eu realmente tenho certeza é de que não é arquitetura que eu quero para mim.

Abandonar uma graduação de nome pomposo, em uma universidade pomposa causa em mim a sensação “dos outros”, mas Daiane, o que significa a sensação “dos outros”? Explico. Ao contar que abandonaria a PUC, e o curso de Arquitetura e Urbanismo para ir para um outro campo de estudo, OS OUTROS contestam, OS OUTROS especulam, OS OUTROS acham que é descer o nível, OS OUTROS dão seu pitaco e acham é ir para uma profissão que vou passar fome e entre outros super “incentivos” que recebo em prol da minha felicidade profissional. É, eu não recebo apoio, as pessoas não conseguem enxergar que eu não estou feliz na arquitetura, não adianta forçar, não adianta engolir o curso goela a baixo, não vai, não desce, bem que eu gostaria, mas não rolou. Por tudo isso eu estou ainda com essa sensação “dos outros”, porém, vai passar porque eu não vou e não posso agradar mais os outros sabendo que em mim há uma infelicidade crescendo a cada dia.

Agora é o momento de fazer escolhas, assumir as responsabilidades e me tornar adulta, aliás, já passou da hora, porém, antes tarde do que nunca.

Adeus Puc, adeus Arquitetura e Urbanismo, vocês trouxeram para minha vida pessoas maravilhosas, elas são o bem mais valioso que adquiri nessa universidade e a única coisa que eu não abro mão de levar comigo, porque sei que as amizades que eu fiz não vão ir embora quando eu cancelar a minha matricula, e é isso que me dá coragem de ir lá e fazer.

Bem vinda Ulbra, bem vindo Design de Moda, que possamos ser grandes amigos nesses próximos dois anos e meio de tecnólogo, que tudo isso me traga felicidade e realização, e nenhuma dor, porque dessas eu ainda estou me recuperando.

Só posso dizer que me emocionei com esse texto, coisa que há tempos não acontece quando eu escrevo, me desejem sorte, é apenas o que eu posso pedir.

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